evão do caminhão

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segunda-feira, agosto 19, 2024

CAMINHO DAS PEDRAS

                 



              Assim como eu quis participar da festa da democracia me voluntariando para trabalhar nas eleições em 2022 fiz questão de estar envolvida no maior concurso público da história (CNU) ontem. Tudo bem que eu poderia ter me inscrito como fiscal, mas eu tb tava com saudade de fazer uma provinha (não elaborada por mim)e fui como concurseira mesmo.

              Toca acordar cedo em pleno domingão.              

              Fui na área de educação? Não! Havia poucas vagas. Me joguei de cabeça no Bloco 7 GESTÃO GOVERNAMENTAL E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Saber com certeza só 1 questão entre as 70 preenchidas. Só sabia sobre patrimônio histórico. Não desisti. Fui uma das últimas a sair da sala e hj trago comigo uma imensa dor na lombar além do raciocínio prejudicado (gastei todo o tutano). Escrevi uma dissertação sobre “saúde no sistema carcerário” na força da cara de pau e no vasto conhecimento sobre esse gênero textual NO NÍVEL ENSINO FUNDAMENTAL I.

              Das 60 pessoas esperadas na sala compareceram apenas 27 e nenhum de nós desistiu na parada para o almoço, embora houvesse motivos para isso.

              A faculdade guarulhense, os transeuntes  e o comércio do entorno não estavam preparados pro furdunço. As pessoas comentavam “O que tá acontecendo? Sempre acontece tanta coisa no mundo, né?”(afe) “Deve ser prova pra professor do estado” (quá). O grau de alienação das pessoas é algo que tem me assustado. Não havia estrutura nas biroscas para alimentar de maneira digna todas as pessoas que esperavam a segunda parte da prova na região e lá pelas 16:00 começou o maior samba do planeta na casa de shows na calçada em frente. E o “Ô, Irene vai buscar o querosene” ecoava em TODAS as salas. Ficou fácil pra se concentrar.

           Falando em concentração... Como faz pra não mirar um enorme cofrão te olhando a prova inteira. Sacanagem. Agora, se vc quiser conhecer nomes originais vá a um concurso. A mina do meu lado chamava-se Slide. Minha imaginação fértil criou uma bela história para os genitores dela enquanto eu respondia sobre logística reversa.

                Poderia falar do povo sem noção que não levou caneta preta como amplamente divulgado ou citar os atrasadinhos que atrapalharam as instruções da fiscal, mas eles já me fizeram passar raiva ontem, então deixa pra lá. Ah, também tinha bastante gente tossindo, mas eu era a única que usava máscara.

  

                Para legitimar a aplicação das provas deveríamos transcrever uma frase que constava no caderno de questões no gabarito. As minhas eram “A UM POETA” na prova de redação e “CAMINHO DAS PEDRAS” na que tive que calcular o valor do estimador T. Fez sentido.