NOSTALGIA É A TRISTEZA, A MELANCOLIA PROVOCADA PELA LEMBRANÇA DE UMA FELICIDADE PERDIDA.
DE TANTO DESPEDIR-ME, SECARAM MINHAS RAÍZES E TIVE DE CRIAR OUTRAS, QUE À FALTA DE UM LUGAR GEOGRÁFICO NO QUAL APROFUNDAR-SE, FOI NA MEMÓRIA QUE SE FINCARAM; MAS, CUIDADO!, A MEMÓRIA É UM LABIRINTO DENTRO DO QUAL MINOTAUROS NOS ESPREITAM.
Acabei de ler “Paula”, o 3º livro de Isabel Allende que me caiu nas mãos. Esta escritora chilena tem aparecido constantemente na minha vida nos últimos tempos e por obra de sua bruxaria ou sei lá que raio de coisa tem me inspirado e me emprestado suas palavras para que através delas consiga extravasar meus desejos e sentimentos. Sabia o que estaria escrito em Paula antes mesmo de lê-lo, assim como os livros que Isabel saía escrevendo guiada pelos espíritos.
Desde o ano passado Pablo Neruda me chama como ondas do mar tão amado que vêm até a areia e voltam e este ano o destino me soprou pro Chile em janeiro. Algo mágico aconteceu. Não sei se ainda tenho coisas pra descobrir ou re-encontrar naquelas terras ou se é um sinal da Isabel e do Don Pablo.Quem sabe incentivando e iluminando minhas idéias, me inspirando para que talvez eu enfim tenha coragem pra começar escrever meus próprios livros.
Como ela, as palavras que escrevo agora estão vindo pra mim não sei de que dimensão, só sei que nunca digitei tão rápido e sem enxergar, já que as lágrimas não param de correr. Já vomitei de tanto chorar e a lembrança de muitas coisas me passam na cabeça.
No livro, ela conta sua própria história e a do Chile enquanto vela a morte lenta de sua filha com 28 anos de idade.
Quando penso em minha morte, imagino algo trágico, repentino e sempre procuro deixar recados imperceptíveis como este texto para aqueles que ficarem. Como será que as pessoas lembrarão de mim quando eu partir? Mas no fundo sei que vou ficar pra semente, que morrerei bem velhinha, embora tenha muito medo disso.
Também tenho medo das minhas intuições e pensamentos que pro bem e pro mal acabam acontecendo.
Às vezes não gosto de ficar sozinha em casa ou com meus pensamentos pq sinto a presença física dos que já morreram. Criei um jogo comigo mesma e finjo que nada acontece, mas de repente elas me aparecem. Meu avô, meu tio, pessoas que não me recordo e principalmente o Janjão, meu Janjas, meu Jones.
Hoje me bateu aquela dor física, uma dor que só experimentei no dia de sua morte, que me apertou o peito, me tirou o ar e me fez vomitar demais: o frio da morte vem das entranhas, como uma fogueira de neve ardendo por dentro; ao beijá-lo, a neve ficava nos meus lábios, feito uma queimadura.
Me despedi dele no dia do baile de formatura, na hora em que eu mesma quase morri no coma alcoólico. Naquela madrugada, quando acordei e continuava chorando sua falta me dei conta que era hora de o deixar partir.Agora não sei onde ele está, mas sei que me acompanha e às vezes tenho vergonha do coisas que falo e penso, pois acho que ainda me critica e me abre os olhos com um jeito que só ele sabia fazer e com a cumplicidade que só a ele eu permitia me entregar.
Minha cabeça funciona muito mais rápido que o computador, e eu acho que às vezes preferia um gravador a um teclado, mas há coisas no meu pensamento que não ouso colocar pra fora.
Queria colocar aventuras alegres e bastante divertidas neste espaço, mas a vida não é assim e precisamos muitas vezes afundar numa tristeza para ressurgirmos cheios de força, afinal somos uma mistura de vida e morte o tempo todo.
Às vezes ainda me pego pensando revoltada sobre quem e por que fizeram isso com ele e com a gente, mas são perguntas que jamais terão resposta, a menos que ele venha num sonho me contar, mas não quero que ele o faça. Nos despedimos de sua inteligência, de sua vitalidade, de sua companhia e do seu corpo, mas ficou o essencial: o amor.
Ele teve por missão neste mundo unir aqueles que passaram por sua vida, e nessa noite todos nós sentimos que estávamos protegidos sob suas asas siderais, imersos naquele silêncio puro onde, quem sabe, os anjos reinam.
DE TANTO DESPEDIR-ME, SECARAM MINHAS RAÍZES E TIVE DE CRIAR OUTRAS, QUE À FALTA DE UM LUGAR GEOGRÁFICO NO QUAL APROFUNDAR-SE, FOI NA MEMÓRIA QUE SE FINCARAM; MAS, CUIDADO!, A MEMÓRIA É UM LABIRINTO DENTRO DO QUAL MINOTAUROS NOS ESPREITAM.
Acabei de ler “Paula”, o 3º livro de Isabel Allende que me caiu nas mãos. Esta escritora chilena tem aparecido constantemente na minha vida nos últimos tempos e por obra de sua bruxaria ou sei lá que raio de coisa tem me inspirado e me emprestado suas palavras para que através delas consiga extravasar meus desejos e sentimentos. Sabia o que estaria escrito em Paula antes mesmo de lê-lo, assim como os livros que Isabel saía escrevendo guiada pelos espíritos.
Desde o ano passado Pablo Neruda me chama como ondas do mar tão amado que vêm até a areia e voltam e este ano o destino me soprou pro Chile em janeiro. Algo mágico aconteceu. Não sei se ainda tenho coisas pra descobrir ou re-encontrar naquelas terras ou se é um sinal da Isabel e do Don Pablo.Quem sabe incentivando e iluminando minhas idéias, me inspirando para que talvez eu enfim tenha coragem pra começar escrever meus próprios livros.
Como ela, as palavras que escrevo agora estão vindo pra mim não sei de que dimensão, só sei que nunca digitei tão rápido e sem enxergar, já que as lágrimas não param de correr. Já vomitei de tanto chorar e a lembrança de muitas coisas me passam na cabeça.
No livro, ela conta sua própria história e a do Chile enquanto vela a morte lenta de sua filha com 28 anos de idade.
Quando penso em minha morte, imagino algo trágico, repentino e sempre procuro deixar recados imperceptíveis como este texto para aqueles que ficarem. Como será que as pessoas lembrarão de mim quando eu partir? Mas no fundo sei que vou ficar pra semente, que morrerei bem velhinha, embora tenha muito medo disso.
Também tenho medo das minhas intuições e pensamentos que pro bem e pro mal acabam acontecendo.
Às vezes não gosto de ficar sozinha em casa ou com meus pensamentos pq sinto a presença física dos que já morreram. Criei um jogo comigo mesma e finjo que nada acontece, mas de repente elas me aparecem. Meu avô, meu tio, pessoas que não me recordo e principalmente o Janjão, meu Janjas, meu Jones.
Hoje me bateu aquela dor física, uma dor que só experimentei no dia de sua morte, que me apertou o peito, me tirou o ar e me fez vomitar demais: o frio da morte vem das entranhas, como uma fogueira de neve ardendo por dentro; ao beijá-lo, a neve ficava nos meus lábios, feito uma queimadura.
Me despedi dele no dia do baile de formatura, na hora em que eu mesma quase morri no coma alcoólico. Naquela madrugada, quando acordei e continuava chorando sua falta me dei conta que era hora de o deixar partir.Agora não sei onde ele está, mas sei que me acompanha e às vezes tenho vergonha do coisas que falo e penso, pois acho que ainda me critica e me abre os olhos com um jeito que só ele sabia fazer e com a cumplicidade que só a ele eu permitia me entregar.
Minha cabeça funciona muito mais rápido que o computador, e eu acho que às vezes preferia um gravador a um teclado, mas há coisas no meu pensamento que não ouso colocar pra fora.
Queria colocar aventuras alegres e bastante divertidas neste espaço, mas a vida não é assim e precisamos muitas vezes afundar numa tristeza para ressurgirmos cheios de força, afinal somos uma mistura de vida e morte o tempo todo.
Às vezes ainda me pego pensando revoltada sobre quem e por que fizeram isso com ele e com a gente, mas são perguntas que jamais terão resposta, a menos que ele venha num sonho me contar, mas não quero que ele o faça. Nos despedimos de sua inteligência, de sua vitalidade, de sua companhia e do seu corpo, mas ficou o essencial: o amor.
Ele teve por missão neste mundo unir aqueles que passaram por sua vida, e nessa noite todos nós sentimos que estávamos protegidos sob suas asas siderais, imersos naquele silêncio puro onde, quem sabe, os anjos reinam.
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