SOU O INTERVALO ENTRE O MEU DESEJO E AQUILO QUE OS DESEJOS DOS OUTROS FIZERAM DE MIM
Diversão garantida
É também a soma entre as reminiscências da infância e adolescência vividas na "década perdida" com a "cultura da diversão" a fórmula usada pela pioneira "Trash 80?s" não só para conquistar, mas para manter fiel seu público, que reúne pessoas de 18 a 50 anos em média. Criada pelo DJ Enéas Neto e Antônio Luiz Moreira, ou DJ Tonyy, como é popularmente conhecido, para ser uma única comemoração de aniversário, a festa virou mania entre os "kidults" e "descolados" paulistanos. Enquanto em outras cidades, festas do anos 80 ocorrem em média uma vez por mês, como é o caso da "Beat Acelerado", no Rio, a "Trash" acontece no mínimo três vezes por semana, de quinta a sábado.
"Somos uma alternativa às raves e festas de música eletrônica e não temos paradigmas nem limites", observa Enéas, explicando que o objetivo da festa é que os clientes se "divirtam ao máximo". A proposta tem apresentado resultados mais que animadores. Além de conseguir lotação esgotada todos os finais de semana em sua matriz, na boate Caravaggio, próxima à Avenida Nove de Julho, a "Trash" estendeu seus "domínios" para o bairro da Vila Olímpia, tradicional reduto de "mauricinhos" e "patricinhas" da Paulicéia.
Foi junto a este público, até então impensado antes da "Trash" transformar os anos 80 numa febre, que Sidney Magal deu um show, reunindo mais de 3 mil pessoas, entre elas a professora Eva Carolina, que subiu ao palco durante a apresentação com uma rosa vermelha entre os lábios, personificando "Sandra Rosa Madalena", um dos sucessos musicais do ídolo. "A Trash é uma festa aberta. Aqui as pessoas perdem a vergonha de serem bregas", afirma Enéas.
Além de toda a irreverência, marca registrada da festa, a "Trash" tem funcionado indiretamente como um legítimo "ressuscitador de carreiras". Depois que se apresentou em 2002 em seus palcos, o músico Leo Jaime, que passou toda a década de 90 no ostracismo voltou a freqüentar o show business e foi contratado para duas longas temporadas no "Na Mata Café", bar moderno para clientes jovens e endinheirados do Itaim Bibi, em São Paulo.
O mesmo pode ser dito sobre Sidney Magal que vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e nos palcos brasileiros. No último domingo, o cantor estrelou um clipe ao lado da atriz do momento, Débora Falabella, encerrando a revista dominical "Fantástico", uma dos programas de maior audiência da Rede Globo. Magal, a primeira versão de "latin lover" com quem o público brasileiro travou contato nos anos 70, cantou "Tenho", hit do início dos anos 80, confirmando a boa fase que vive com a "Vênus Platinada", desde que participou como ator da novela "Da Cor do Pecado", de 2004.
A Blitz - outra banda freqüente nas pick ups dos DJs da "Trash 80?s" também percebeu o bom momento que vivem os ídolos dos anos 80 e voltará a se apresentar este mês em São Paulo, no sofisticado City Hall. A banda, que teve como vocalista e líder Evandro Mesquista - que se especializou em interpretar ele mesmo em novelas da Globo - apresenta-se em duas quartas-feiras na sofisticada casa de shows, para um público restrito de 200 pessoas. No repertório novas composições e, claro, sucessos antigos como "2 Passos do Paraíso" e "Geme-Geme", para não esquecer a origem pop, marca registrada da banda, desde que chegou ao mercado em 1982.
"A década de 80 foi exagerada, colorida e bem brega", lembra Enéas. A escolha dele e do DJ Tonyy de não tocar grupos considerados "sérios" pelos críticos musicais do período, como "U2" "The Smiths" ou "Legião Urbana" abriu novas possibilidades para que artistas que ajudaram a formar "o caldo cultural" rico em modismos efêmeros, marca registrada da década de 80, tivessem uma segunda chance de obterem "um lugar ao sol".
Embora a "intenção da festa nunca tenha sido a de ser saudosista", como defende Enéas, o público continua indo à "Trash" para ouvir os hits de gosto duvidoso do passado, reciclando o "lixo musical" da década de 80 e o transformando em sucessos novamente. Prova que nem sempre a crítica tem razão. Além de arte, é sempre preciso levar em conta que num país como o Brasil, a música tem antes de tudo função social.
Cultuando ídolos pops da música e da TV, devorando guloseimas como Dip Lic e chicletes Bubbaloo, ou relembrando bordões e programas televisivos como "TV Pirata" e "Armação Ilimitada", os "trashers" e demais "kidults" são a prova de que Alzer e Mariana têm razão ao afirmar no almanaque que "os mal-humorados que consideram os anos 80 a década perdida não sabem o que deixaram para trás".
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 3)(Márcio Rodrigo)
É também a soma entre as reminiscências da infância e adolescência vividas na "década perdida" com a "cultura da diversão" a fórmula usada pela pioneira "Trash 80?s" não só para conquistar, mas para manter fiel seu público, que reúne pessoas de 18 a 50 anos em média. Criada pelo DJ Enéas Neto e Antônio Luiz Moreira, ou DJ Tonyy, como é popularmente conhecido, para ser uma única comemoração de aniversário, a festa virou mania entre os "kidults" e "descolados" paulistanos. Enquanto em outras cidades, festas do anos 80 ocorrem em média uma vez por mês, como é o caso da "Beat Acelerado", no Rio, a "Trash" acontece no mínimo três vezes por semana, de quinta a sábado.
"Somos uma alternativa às raves e festas de música eletrônica e não temos paradigmas nem limites", observa Enéas, explicando que o objetivo da festa é que os clientes se "divirtam ao máximo". A proposta tem apresentado resultados mais que animadores. Além de conseguir lotação esgotada todos os finais de semana em sua matriz, na boate Caravaggio, próxima à Avenida Nove de Julho, a "Trash" estendeu seus "domínios" para o bairro da Vila Olímpia, tradicional reduto de "mauricinhos" e "patricinhas" da Paulicéia.
Foi junto a este público, até então impensado antes da "Trash" transformar os anos 80 numa febre, que Sidney Magal deu um show, reunindo mais de 3 mil pessoas, entre elas a professora Eva Carolina, que subiu ao palco durante a apresentação com uma rosa vermelha entre os lábios, personificando "Sandra Rosa Madalena", um dos sucessos musicais do ídolo. "A Trash é uma festa aberta. Aqui as pessoas perdem a vergonha de serem bregas", afirma Enéas.
Além de toda a irreverência, marca registrada da festa, a "Trash" tem funcionado indiretamente como um legítimo "ressuscitador de carreiras". Depois que se apresentou em 2002 em seus palcos, o músico Leo Jaime, que passou toda a década de 90 no ostracismo voltou a freqüentar o show business e foi contratado para duas longas temporadas no "Na Mata Café", bar moderno para clientes jovens e endinheirados do Itaim Bibi, em São Paulo.
O mesmo pode ser dito sobre Sidney Magal que vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e nos palcos brasileiros. No último domingo, o cantor estrelou um clipe ao lado da atriz do momento, Débora Falabella, encerrando a revista dominical "Fantástico", uma dos programas de maior audiência da Rede Globo. Magal, a primeira versão de "latin lover" com quem o público brasileiro travou contato nos anos 70, cantou "Tenho", hit do início dos anos 80, confirmando a boa fase que vive com a "Vênus Platinada", desde que participou como ator da novela "Da Cor do Pecado", de 2004.
A Blitz - outra banda freqüente nas pick ups dos DJs da "Trash 80?s" também percebeu o bom momento que vivem os ídolos dos anos 80 e voltará a se apresentar este mês em São Paulo, no sofisticado City Hall. A banda, que teve como vocalista e líder Evandro Mesquista - que se especializou em interpretar ele mesmo em novelas da Globo - apresenta-se em duas quartas-feiras na sofisticada casa de shows, para um público restrito de 200 pessoas. No repertório novas composições e, claro, sucessos antigos como "2 Passos do Paraíso" e "Geme-Geme", para não esquecer a origem pop, marca registrada da banda, desde que chegou ao mercado em 1982.
"A década de 80 foi exagerada, colorida e bem brega", lembra Enéas. A escolha dele e do DJ Tonyy de não tocar grupos considerados "sérios" pelos críticos musicais do período, como "U2" "The Smiths" ou "Legião Urbana" abriu novas possibilidades para que artistas que ajudaram a formar "o caldo cultural" rico em modismos efêmeros, marca registrada da década de 80, tivessem uma segunda chance de obterem "um lugar ao sol".
Embora a "intenção da festa nunca tenha sido a de ser saudosista", como defende Enéas, o público continua indo à "Trash" para ouvir os hits de gosto duvidoso do passado, reciclando o "lixo musical" da década de 80 e o transformando em sucessos novamente. Prova que nem sempre a crítica tem razão. Além de arte, é sempre preciso levar em conta que num país como o Brasil, a música tem antes de tudo função social.
Cultuando ídolos pops da música e da TV, devorando guloseimas como Dip Lic e chicletes Bubbaloo, ou relembrando bordões e programas televisivos como "TV Pirata" e "Armação Ilimitada", os "trashers" e demais "kidults" são a prova de que Alzer e Mariana têm razão ao afirmar no almanaque que "os mal-humorados que consideram os anos 80 a década perdida não sabem o que deixaram para trás".
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 3)(Márcio Rodrigo)
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