evão do caminhão

nos momentos cruciais... estacione seus neurônios e acelere seus hormônios

quarta-feira, agosto 24, 2005

QUEM UM DIA IRÁ DIZER QUE EXISTE RAZÃO NAS COISAS FEITAS PELO CORAÇÃO

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Outro dia tava lendo num blog x o texto interessante sobre as minas da vida de um cara; achei o tema bom e fiquei muito tempo pensando nele. Mentalmente fiz e refiz minha lista de amores... bom, como diria a mulher da doação de sangue, minha vida é um tanto promíscua, mas amor mesmo dá pra passar pelo funil e aí está uma pequena seleção dos caras que me fizeram chorar, rir, sentir borboletas no estômago, escrever cartas de amor, escutar músicas cafonas e outras tantas coisas que fazemos em nome desse negócio estranho que dá no peito vez em quando. Depois talvez escreva uma lista de amores femininos, mas por enquanto fiquemos nos bofes... "Nós escolhemos quem deixamos entrar em nossa vida":

* na pré-escola as mães e professoras têm a terrível mania de te arrumarem namoradinhos. Revendo fotos do período me vejo sempre ao lado de um fulaninho que eu odiava e nenhuma com aquele que foi o primeiro a me despertar paixões. Era uma menino que enfiava coisas pontiagudas na palma da mão e saía pela classe assustando todo mundo. Aquela cara de demônio me alucinava e pode ter representado o início da minha preferência por seres exóticos.

* 4ª série: época dos grandes bailinhos no fundo do quintal. Era apaixonada por irmãos gêmeos. Certa festa me coloquei linda demais com uma saia pregueada vermelha, camisa branca, colete e um sapato novo muito vanguarda, de verniz preto com uma ponta de ferro. Minha única preocupação nesse dia era escolher qual dos dois eu tiraria pra dançar. Mas logo ao entrar na festa levei um tombo fenomenal. Amassei a ponta do sapatinho, paguei mico e não levantei da cadeira a festa inteira. Início da série "murphy é meu amigo"!

* 5ª série, momento crítico na vida de qualquer pessoa. Eu dei a sorte de encontrar um melhor amigo pra me apoiar. Ele era engraçado, me ensinava fazer cineminha na pontinha das folhas de caderno, era minha dupla nos trabalhos de geometria, me venerava. Mas nessa fase meninas odeiam meninos. Era difícil explicar que sim, eu o amava, mas como o melhor amigo que alguém jamais seria. 16 anos depois eu o reencontrei no orkut. Me bateu um tesão e eu pensei o que teria sido se eu tivesse retribuído aquele amor. Fiz o teste. Lasquei-lhe um beijo e foi bom. Muito bom. Mas ainda com gosto de amizade.

* 8ª série, hora de encarar as grandes transformações do corpo e descobertas sexuais. Raiva. Todo mundo tinha peitos, menos eu. As meninas falavam em perder a virgindade com OB. Mas eu tinha me tornado nerd, talvez atrás dos livros ninguém me encontrasse. Amava um menino, mas tudo o que consegui foi ouvir de sua boca que eu era estranha. Não curti minha última festa junina da escola porque ele escolheu uma outra menina qualquer para ser seu par.

* magistério, período dos botecos, das baladas pesadas, das drogas. Ao mesmo tempo um doce romance surge: Eugênio Augusto e Eva Carolina. Parecíamos um casal saído de livros de literatura, ou de alguma novela mexicana. Por ele montei time de futebol e vôlei, só pra manter um contato físico durante as aulas. Me chifrou com minha melhor amiga. Ainda nesses tempos me apareceu um amor diferente, que se mantém até hoje. Um amor inteligente e paciente. Que sabe respeitar e se contenta com pouco. Alguns telefonemas, cartas no dia do aniversário. Na verdade eu me imagino como uma das personagens de seus livros; mais uma pessoa que passou na vida dele e teve seu capítulo devidamente registrado.

* caso especial merecem todos meu professores de psicologia. Um fetiche inexplicável. Uma tara intelectual. Um amor pelo conhecimento dito de forma muito interessante e fálica. Mas isso acho que nem Freud explica. Aliás, Freud não explica nada, Freud só complica.

* teve um cara que eu supunha amar, me tirou a virgindade. O que sobrou? Pouca coisa. Só a marca de ser o 1º.

* ah a faculdade:
- tinha um que eu chifrava meu namorado; amava de paixão, mas seus beijos tinham gosto de bandejão;
- tinha o comunista, me levava pra comer acarajé, dormiu comigo em lugares estranhos como uma barraca no meio da praça da reitoria em plena greve, me fez serenata pelo telefone, mas um dia disse que se num fosse pra namorar nunca mais queria ficar comigo. Foi o fim.
- tinha o que eu dava carona e às vezes subia até seu apartamento. Ele tinha namorada. Eu menstruei na cama do pai dele e ele foi o único cara a trepar comigo na minha cama.
- tinha o movimento estudantil. Grupos opostos. Fiz questão de amar um de cada lado da corda. Me apaixonei assim que os vi defendendo suas idéias no microfone, na frente de milhares de pessoas, nas assembléias, em carros de som, nos encontros políticos. Um terminou um casamento por minha causa. O outro eu fiz me comer em cima dos panfletos do Partido da Causa Operária.

* amei desesperadamente um cara em Minas Gerais. Em pleno carnaval falávamos em filosofia. Nosso símbolo de amor era a cruz egípcia da eternidade. E assim eu pensei que seria. Um amor eterno. Quase me mudei. Mas então chegaram as cartas de amor e elas tinham tantos erros de português que eu desanimei. Agora somos bons amigos... sim, eternamente.

* um dia fui numa balada com 5 reais. Dividi 2 chopps com as culega. Conheci aquele que julguei ser o homem da minha vida. Trepamos na primeira noite. Punhetamos por telefone (ele morou 3 meses na Bahia depois desse dia). Passamos uns 2 anos juntos. Era um amor doente, porém bom pra caralho. Nenhum dia era igual o outro. Mas aí desgastou, o encanto acabou. Quase tive um filho com ele. E hoje o que carrego são as lembranças. Dia desses me ligou. Fiquei muito mal. Não porque ainda o ame, mas porque ele falou comigo como se nada tivesse acontecido nesse tempo que estivemos longe. Me chamou de "gorda"como costumava fazer, me disse coisas que só ele saberia dizer. Mas não senti tesão, nem saudade. Acho que foi só susto.

* até que apareceu alguém que eu não queria gostar, que mal queria me tornar amiga, que achei invasivo demais, quase um psicopata que tinha lido todo o meu blog. Dizia que era meu fã. Foi chegando de mansinho, com uma paciência oriental. Tem os olhos fechados, mas me enxergou sob ângulos que ninguém jamais conseguiu ver. Me entreguei porque ele é a única pessoa ultimamente que me permite ser quem eu sou, sem cobrar absolutamente nada em troca. E olha que nos últimos tempos ando bem chata. Me fez gozar em todas as posições e não tem medo de se entregar nas loucas aventuras comigo. Não é perfeito, nem eu sou, mas parecemos perfeitos um para o outro agora e isso é o que importa. Esse é o segredo da intimidade. Acordar ao lado de alguém e se sentir realmente feliz. Se sentir segura, como se a vida colocasse um anjo na Terra só pra salvá-la do inferno, mas ao mesmo tempo ficar sem saber como ser o anjo dele, fazendo planos de como amá-lo e apoiá-lo para sempre, em tudo. Pequenos momentos fotografados, besteiras sussurradas, alguns micos cometidos. As pequenas idiossincrasias que só nós conhecemos. Os pequenos pecadilhos. Chamam isso de imperfeições, mas não são, são as coisas boas!

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1 Comments:

  • At 6:33 AM, Anonymous Anônimo said…

    o que eu estava procurando, obrigado

     

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