evão do caminhão

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sexta-feira, setembro 14, 2007

A DESONRA É COMO A CICATRIZ NA CASCA DE UMA ÁRVORE, O TEMPO LONGE DE APAGÁ-LA, SÓ FAZ AUMENTÁ-LA CADA VEZ MAIS

Hoje teve tiroteio na janela da sala dos professores e eu tive muito medo de ficar tão próximo aos assassinos em plena hora de trabalho com educação.

Mas na verdade ontem fui eu quem me senti a assassina. Passei o dia inteiro agoniada e quando cheguei em casa entendi o porquê. Era o dia de matar a árvore que cresceu comigo, que escondia e dava sombra na porta da casa, que me alegrava e me fazia contar diariamente os passarinhos nos seus galhos quando eu olhava pela janela.

Até 4ª feira, a paisagem da minha rua era assim:


Mas era uma questão de sobrevivência: ou a árvore caía ou a casa era que ia cair. Não que isso diminua meu sentimento de culpa, afinal quem mandou escolher uma árvore que cresceria tanto num espaço que não suportaria?

E desde ontem a paisagem passou a ser essa:


Não pude conter as lágrimas e não vejo a hora de replantar uma menor.

Nunca fui do tipo de pessoa eco-chata, mas pensei sem parar que raio de prepotência é essa nossa que decide a hora que uma planta deve nascer e morrer? Hora de arrancar parte da história da rua e das pessoas que vivem ou viveram ali! Parece hipocrisia, sabendo que até do aborto sou a favor. Mas é que foi muito foda encontrar o vazio onde antes existia tamanha imensidão. E ainda chegando a primavera...

Pra ajudar ligo a televisão e o episódio da Família Dinossauro é um que o Dino troca de essência com uma árvore. Trata-se de uma fábula que a vovó Zilda estava lendo pro Baby e termina com a frase: "e chegará um dia em que todas as criaturas retornarão à terra, mas essa é uma decisão da natureza e não do dinossauro!"

Será?

1 Comments:

  • At 1:18 PM, Blogger Craudio said…

    Eu perdi onde é sua casinha...

    Mas agora vc tem uma espécie japoneusa, beeeeem pequeneninha...

     

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