ENTRE DOIS AMANTES, É PRECISO HAVER DIFERENÇAS A APAGAR, DISTÂNCIAS A PERCORRER
Para meu japinha e para todas as balzacas que completarão 30 em 2008 e acreditam que "carne nova é muito mais macia:
Uma mulher de 30 anos possui atrativos irresistíveis para um homem jovem. Com efeito, uma jovem tem ilusões demais, é inexperiente demais e o sexo é cúmplice demais de seu amor, para que um rapaz possa sentir-se lisonjeado; ao passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos.
Enquanto uma é arrastada pela curiosidade, por seduções estranhas às do amor, a outra obedece a um sentimento conscencioso. Uma cede, a outra escolhe. Essa escolha já não é uma imensa lisonja?
Armada de um saber obtido quase sempre ao preço de infelicidades, a mulher experiente, ao entregar-se, parece dar mais do que ela mesma, ao passo que a jovem, ignorante e crédula, nada sabendo, nada pode comparar nem apreciar; ela aceita o amor e o estuda.
Uma nos instrui, nos aconselha numa idade em que gostamos de deixar-nos guiar, em que a obediência é um prazer; a outra quer aprender tudo e mostra-se ingênua, enquanto a mulher experiente é terna.
Aquela nos oferece um só triunfo, esta nos obriga a combates perpétuos. A primeira só tem lágrimas e prazeres, a segunda tem volúpias e remorsos. Uma jovem só será amante se estiver muito corrompida, e então a abandonamos com horror; ao passo que uma mulher tem mil maneiras de conservar ao mesmo tempo seu poder e sua dignidade.
Uma, demasiado submissa, oferece-nos as tristes seguranças do repouso; a outra perde muito para não exigir do amor suas incontestáveis metamorfoses. uma desonra-se sozinha, a outra destrói em seu proveito uma família inteira.
A jovem conta apenas com sua coqueteria, e acredita ter dito tudo quando tirou o vestido; mas a mulher possui incontáveis atrativos e oculta-se sob mil véus; enfim, ela acalenta todas as vaidades, enquanto a noviça só acalenta uma.
Aliás, na mulher de 30 anos agitam-se indecisões, temores, dúvidas e tempestades que jamais ocorrem no amor de uma jovem. Ao chegar a essa idade, a mulher pede a um homem jovem para restituir-lhe a estima que lhe deu; vive apenas para ele, ocupa-se de seu futuro, deseja-lhe uma vida bela, ordena-lhe que seja gloriosa; obedece, implora, comanda, curva-se e eleva-se, e sabe consolar em inúmeras ocasiões, enquanto a jovem apenas sabe gemer.
Enfim, além de todas as vantagens de sua posição, a mulher de 30 anos pode fazer-se jovem, representar todos os papéis, ser pudica, e inclusive tornar-se mais bela com uma infelicidade. Entre as duas há a incomensurável diferença entre o previsto e o imprevisto, a força e a fraqueza.
Porque na bela idade dos 30 anos, culminância poética da vida das mulheres, elas podem abarcar todo o curso dessa vida e enxergar tanto no passado quanto no futuro. As mulheres conhecem então o valor do amor e o usufruem com o medo de perdê-lo: sua alma tem ainda a beleza da juventude que as abandona, e sua paixão se fortalece sempre ante um futuro que as amedronta.
5 Comments:
At 6:00 PM, Craudio said…
Muito, muitíssimo belo. E verdadeiro. É o texto daquilo que eu vi e senti há quase três anos.
Mulher, você. É isso que eu quero. E muito.
Amo você!
At 7:54 PM, Anônimo said…
Fiquei com ciúmes, mas o texto diz tudo... somos D+!!!! Não vejo a hora de fazer 30!!!!
Também Te AMO!!!
At 9:08 PM, Taís said…
nuossa
uau
pro texto
e pro cumpadi craudio
vou colocar com recomendações lá no brógui
amanhã? fiquei ansiosa agora pra te ver tbm
beijo
At 1:42 PM, Dedeflavor said…
aeee, eu tô mais perto dos 30 do que dos 20!
ai mamãe!
At 2:52 PM, Anônimo said…
Como eu tenho 20
não tenho nada a declarar
... ainda!
hehehehe
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