SE VOCÊ QUER MANTER LIMPA A SUA CIDADE, COMECE VARRENDO DIANTE DE SUA CASA
Soneto Sentimental à cidade de São Paulo
(Vinicius de Moraes)
Ó cidade tão lírica e tão fria!
Mercenária, que importa - basta! - importa
Que à noite, quando te repousas morta
Lenta e cruel te envolve uma agonia
Não te amo à luz plácida do dia
Amo-te quando a neblina te transporta
Nesse momento, amante, abres-me a porta
E eu te possuo nua e frígida.
Sinto como a tua íris fosforeja
Entre um poema, um riso e uma cerveja
E que mal há se o lar onde se espera
Traz saudade de alguma Baviera
Se a poesia é tua, e em cada mesa
Há um pecador morrendo de beleza?
Soneto Nada Sentimental à Cidade de São Paulo
(Reinaldo)
Xenofobia travestida em tuas ruas
Te desvarias noite e dia em cores cruas
Viste o descaso com que os rasos governantes
Sopras as velas das mazelas, mas se chove
Contra destinos, nordestinos, diferentes
Te torna exposta e sem resposta te insinuas
Mas não te cegas, nem renegas estas gentes
Nos desatinos que aos sem tino faz doentes
Mas não te cansas - sempre avanças, não recuas...
Segues sem culpas, sem desculpas, sempre em frente
Abarrotaram, asfaltaram as tuas veias
Mas inda anseias que elas fluam como dantes...
Neste Janeiro (o derradeiro?) em ruas cheias
Quem não flutua e quem não voa não se move.
(Vinicius de Moraes)
Ó cidade tão lírica e tão fria!
Mercenária, que importa - basta! - importa
Que à noite, quando te repousas morta
Lenta e cruel te envolve uma agonia
Não te amo à luz plácida do dia
Amo-te quando a neblina te transporta
Nesse momento, amante, abres-me a porta
E eu te possuo nua e frígida.
Sinto como a tua íris fosforeja
Entre um poema, um riso e uma cerveja
E que mal há se o lar onde se espera
Traz saudade de alguma Baviera
Se a poesia é tua, e em cada mesa
Há um pecador morrendo de beleza?
Soneto Nada Sentimental à Cidade de São Paulo
(Reinaldo)
Xenofobia travestida em tuas ruas
Te desvarias noite e dia em cores cruas
Viste o descaso com que os rasos governantes
Sopras as velas das mazelas, mas se chove
Contra destinos, nordestinos, diferentes
Te torna exposta e sem resposta te insinuas
Mas não te cegas, nem renegas estas gentes
Nos desatinos que aos sem tino faz doentes
Mas não te cansas - sempre avanças, não recuas...
Segues sem culpas, sem desculpas, sempre em frente
Abarrotaram, asfaltaram as tuas veias
Mas inda anseias que elas fluam como dantes...
Neste Janeiro (o derradeiro?) em ruas cheias
Quem não flutua e quem não voa não se move.
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