evão do caminhão

nos momentos cruciais... estacione seus neurônios e acelere seus hormônios

quinta-feira, março 29, 2007

DORMI NA CAMA, DORMI NA REDE, DORMI NO CHÃO, DORMI NA PAREDE


Depois de passar por todos os cômodos da Baviera fiquei com o coração partido ao ficar sabendo da notícia do incêndio.

Primeiro pensei que a galera pudesse tá fazendo merda, matando algum rato, mas depois foi provado pela perícia que foi curto circuito.

Porra, nenhum cuidado com a cidade. Daqui a pouco tá tudo destruído. No carnaval já foi uma palhaçada de superpopulação desgorvernada. Que adianta tombar terreno e não tombar as casas?

E hj vou dormir aqui no meu colchão, debaixo do meu teto (q tb tá pra cair)... com o coração apertado pensando em quem tá lá longe.

Quanta saudade daqueles tempos que não voltam mais!


quarta-feira, março 28, 2007

NORMAL É O PONTO ENTRE O QUE VOCÊ QUER E O QUE VOCÊ CONSEGUE


Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me
dando a entender que eu devia consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo
outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma
coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de
me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama
alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em
silêncio por um tempo e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei
com uma escova de dentes, lhe entreguei e perguntei.
"- Quando você terminar de cortar a grama, você pode também varrer a
calçada? "
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu
voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida.
O casamento é uma relação entre duas pessoas no qual uma está sempre certa
e a outra é o marido...

sexta-feira, março 23, 2007

O ENORME SINO REBOAVA, ENCHENDO A TREVA DE UM CLAMOR DE DESGRAÇA E DELÍRIO



Apareceu decotada, com braços nus. Que braços! Eram delicadíssimos, de uma beleza ingênua e comovedora, meio infantil, meio mulher, misto de castidade mística e de alegria pagã. Tive um estremecimento. Ciúmes? Não. Era um estado que nunca se apossara de mim: a vontade de tê-los só para os meus olhos, de beijá-los, de acariciá-los, mas principalmente de fazê-los sofrer.

Fui ao encontro da pobre rapariga fazendo um enorme esforço, porque meu desejo era agarrar-lhe os braços, sacudi-los, apertá-los com toda força, fazer-lhes manchas negras, bem negras, feri-los... Por quê? Não sei, nem eu mesmo sei - uma neurose!

Essa noite passei-a numa agitação incrível. Mas contive-me. Contive-me dias, meses, um longo tempo, com pavor do que poderia acontecer. O desejo, porém, ficou, cresceu, brotou, enraizou-se na minha alma.

No primeiro instante, a minha vontade era bater-lhe com pesos, brutalmente. Agora a grande vontade era de espetá-los, de enterrar-lhes longos alfinetes, de cosê-los devagarinho, a picadas. Sentia a finura da pele e imaginava o súbito estremeção quando pudesse enfiar o primeiro alfinete, escolhia posições, compunha o prazer diante daquele susto de carne a sentir.

(João do Rio)

* pq esse texto não sai da minha cabeça
** pq acho q sou mais masoquista do que supunha