evão do caminhão

nos momentos cruciais... estacione seus neurônios e acelere seus hormônios

quarta-feira, abril 27, 2011

QUEM INVENTOU O TRABALHO NÃO TINHA O QUE FAZER

"Diz o ditado: Nunca irrite seu cafetão.

- Não tenho cafetão, só uma chefe.

- Ela manda em você?
- É você que está arriscando a pele?
- Então ela é sua cafetina.
- Ela vai acabar com você se for enganá-la. "


" Pelas costas da sua superior? Não se viola a hierarquia. Isso não se faz."

(Dexter - 1ª temporada)

Em 2006 eu comparei a profissão de professora com a de prostituta num post .

Aliás, esse post deve estar linkado em algum fórum de baixaria pq vira e mexe eu recebo coisas estranhas a partir dele. Isso fica pra depois.

Só queria registrar que depois de trabalhar com eficiência (pelo menos no quesito presença) conquistei o benefício da licença prêmio.

O preço que terei que pagar para conseguir uma assinatura ainda não está estipulado, mas algo me diz que não será barato.

A ver...

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terça-feira, abril 26, 2011

O FRACASSO AFETIVO É INVISÍVEL, MAS PALPÁVEL COMO A DOR

Sempre que preciso pesquisar algo sobre educação me deparo com uns blogs mega coloridinhos, com enfeites na flechinha, miguxismos mil, brilhos de tudo quanto é espécie e me espanto em ver o número gigantesco de seguidores e total de visitas. E... nada de útil a declarar!

Quero propor então um fim ao ensino para a felicidade.

Calma, não quero oferecer a depressão em favor da alegria, nem a briga no lugar do amor, mas pretendo levantar um ponto que vem me incomodando bastante.

Por que raios somos ensinados, desde que somos concebidos, que DEVEMOS ser felizes?

No mundo real não é assim que funciona. Dá uma olhada nos jornais e telejornais que escorrem sangue. Repara nos bilhetes e telefonemas ameaçadores que recebemos nas escolas por causa de briga besta entre alunos. Veja como não sabemos lidar com nosso sofrimento nem com o sofrimento que podemos causar aos outros... Somos milhões de egoístas batalhando cada um pela sua própria felicidade. Custe o que custar.

Não sei o que fazer, mas proponho um estudo sobre a EDUCAÇÃO PARA A TRISTEZA.

Dividiremos em módulos e buscaremos respostas sobre como lidar com a angústia, a inveja, a frustração, o ciúme, a raiva, o desejo não correspondido...

Acho que isso seria a punheta do século. "Conheça bem teu corpo para possa explorá-lo com tranquilidade."

Certamente o número de medicamentos seria reduzido, as tentativas de suicídio e assassinato idem. Drogas e álcool para consumo apenas benéficos, nada para 'esquecer o sofrimento'. As igrejas provavelmente iriam à falência.


"Que o mal nos modela, eis uma coisa que temos de aceitar."


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terça-feira, abril 19, 2011

SEJA DONO DA SUA BOCA PRA NÃO SER ESCRAVO DAS SUAS PALAVRAS

Um assunto puxa outro...

1. Assisti um filme chamado OS DONOS DA CASA que tinha uma ideia muito boa: se os pais querem se separar, ok, problema deles... mas a casa é dos filhos. Não legalmente, mas fisicamente falando. Quem tem que arrumar as malas e alternar os finais de semana são os pais.

Então, vai a segunda ideia legal: os filhos resolvem juntar os pais novamente - super básico, mas o modo de fazê-lo é que chamou atenção... uma geringonça que troca as vozes. Então os pais se reapaixonam porque escutam as vozes de pessoas que admiram, mas na verdade é o seu pão com manteiga do dia-a-dia quem habla. E super funciona. Pelo menos no filme. O problema não era a voz em si, mas a rotina e o problema na comunicação.


2. Falando em voz lembrei do curso de dublagem, das minhas aulas, de como faço uso dela e lembrei que tinha até um lance duma experiência na qual as moléculas da água sofreram alteração depois de colocarem um áudio com a voz de Hitler próximo do copo. A voz tem poder! Quem quiser se aprofundar no assunto pesquisa algo tipo isso. Ah, esses japoneses...


3. E sobre problemas de comunicação em relacionamentos veio um link do Vinicius. Que atire a primeira pedra quem nunca fez merda pela internet. O problema é que um dia isso SEMPRE aparece e... fede! Só não sei se me divorciaria como o casal ou chegaria à conclusão: "nego, fodeu, é nói com nói memo, vai ter que me engolir!" kkkkkkk


4. E pra evitar dar merda, cuidado com suas palavras. Eu, por exemplo, na tentativa de organizar o pensamento matemático dos alunos, pedi para que desenhassem. Eis que fui parcialmente compreendida. Apareceu um desenho bem criativo, mas que não tinha nada a ver com nada.


Pelo menos foi mais suave que a professora que pediu um texto BASEADO em uma imagem numa sala cheia de nóia!


5. Bom, tudo isso pra dizer que temos altas tecnologias à nossa disposição, mas que ainda é difícil a gente se entender, ah isso é!

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quinta-feira, abril 07, 2011

A VIDA É TÃO PASSAGEIRA, TÃO FRÁGIL. TODA RESPIRAÇÃO PODE SER A ÚLTIMA

Depois de um longo e tenebroso verão eu voltei, voltei para ficar!

Assunto do dia: o ex-aluno que matou uma caralhada de criança na escola

Não quero fazer mais um muro das lamentações narrando as dificuldades da profissão, mas exaltar (de novo) a capacidade, o incrível 'dom' de REMENDAR, TAPAR BURACOS, IMPROVISAR, SE VIRAR, INTUIR SOLUÇÕES das professorinhas que sempre sugerem a falsa sensação de que tudo é feliz e possível. Hoje, por exemplo, tinha paralisação e ninguém falou no assunto. Todo mundo continuou na sua rotina dramática e diária. Nem posso culpar ninguém depois que o caro Claudio Fonseca entregou de bandeja nossa última grande greve.

Não quero teorizar nada, pretendo apenas contar pequenas coisinhas que os 'populares 'de modo geral desconhecem e se a gente que é pombo não fala, quem vai falar?

Digo isso porque em breve alguém vai acusar uma professora no caso da chacina. Certamente vão culpá-la por ter causado algum trauma no infeliz ou foi omissa com que os outros alunos faziam com ele, gerando essa revolta na vida adulta do indivíduo. O problema é que a gente sempre fala. A gente fala demais, mas ninguém ouve. Então a gente cala e aguenta.

Ponto 1 - INCLUSÃO - Tudo junto e misturado

Se tem uma coisa que a escola pública domina e faz com eficiência é misturar todo mundo. Dentro das salas de aula temos uma população que possui várias características.

Nesses grupos estão contidos: piolhentos, ranhentos, autistas, gagos, banguelas, bolivianos, afeminados, surdos, cegos, apáticos, hiperativos, entediados, depressivos, órfãos, superdotados, ricos, pobres, falidos, disléxicos, negros, brancos, amarelos, albinos, ruivos, carecas, cabeludos, cadeirantes, hidrocefálicos, moças bonitas e até condenados nós temos.

São tantas as 'minorias' que assim não nos parece. O bom mesmo é garantir sua especificidade.

Na sala dos professores não é raro ouvir que "os 'normais' é que estão ficando excluídos". Como não acredito em NORMALIDADE acho boa essa miscelânea. Porém continuo insistindo que precisamos de vários tipos de apoio (fica prum próximo post!).

Agora temos recebido um gigantesco número de SOCIOPATAS. Não sei definir o grande aumento de nascimento dessas pessoas, mas considero o caso crítico, a inclusão mais difícil de realizar, pois eles não sentem nada, aparentemente não tem nada a perder, nenhuma estratégia funciona com eles. Tudo é muito temporário. E a angústia que essa impotência gera não cabe no peito.

Ponto 2 - SOCIOPATAS - "nenhum sentido faz sentido"

Esqueçam meu lado hipocondríaco que sempre acha sintomas em qualquer reportagem ou lançamento no mercado farmacêutico.

Depois de ler a sequência sobre serial killers da Ilana Casoy botei reparo no tanto de casos narrados cujos sujeitos tinham dado indícios na escola. Fiquei em choque ao detectar que possíveis casos estariam mais próximos do que eu supunha e passei a me sentir responsável por uma melhor observação e conduta.

Passamos 6 horas diárias com essas crianças e notamos indícios que muitas vezes nem a família percebe, afinal, na escola a criança tem o primeiro contato com a convivência coletiva. Temos por dever avisar quando algo nos parece que não está caminhando bem, mas como disse lá em cima, não somos ouvidas.

Então seguramos os pequenos em nossos braços até que se acalmem e mostramos o que há de belo dentro deles. E somos muitas vezes o único ponto de referência positiva. Mas é difícil para eles nos dividirem com os outros da multidão dos demais alunos. Muitas vezes tentando ajudar damos início à surtos inenarráveis nesse espaço.

Mas e quando eles crescem? Não há mais muita gente disposta a segurá-los no colo. Que futuro os aguarda? Fiquei chocada com as mortes inocentes de hoje. Muito triste pelos coitados que foram assassinados, mas também pelo coitado que assassinou.

Talvez se ele tivesse alguém para tê-lo amparado...

Ponto 3 - FÉRIAS - "Dê valor à sua realidade, pois um dia ela pode ser seu maior sonho"

Gran finale

O governo e a prefeitura pretendem brevemente tirar as férias escolares coletivas. Se já está tudo tão difícil imagina sem um descanso?

Não precisa ser grande estudioso pra saber que todo cérebro muito utilizado acaba travando. Imagina crianças em formação, em que todo dia aprendem muitas coisas... Imagina os profissionais da educação que não são panela, mas trabalham sob pressão o tempo todo...

E onde fica o contato com a família? Os passeios, o tempo livre junto? A transmissão de valores e carinho?

Qual a possibilidade de acontecer novamente o que rolou no RJ hoje? Eu aposto numa grande chance!


(ainda tem mais coisa pra vomitar, mas por hj cansei)


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