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quarta-feira, junho 19, 2013

DEBAIXO D'ÁGUA PROTEGIDO SALVO FORA DE PERIGO ALIVIADO SEM PERDÃO SEM PECADO SEM MEDO SEM VONTADE DE VOLTAR

Desde que acharam uns bagulhos estranhos no meu corpo (não, não tô falando do espírito e nem da mente estranhos), comecei a pensar na morte como algo concreto; uma possibilidade nem tão remota e não tão distante de acontecer. 

Quando peguei os exames chorei 4 horas ininterruptas e depois voltei ao lado prático (e dramático) do lance. Morrer sim, pero sin perder lo dramallon mexicano jamás (hablo mucho portuñol).

Lembrei então de como foi bizarro e confortante ao mesmo tempo achar tantos textos no estilo despedida no computador do Janjão. Acho que eu assim interpretei porque não tive a oportunidade de dizer adeus. 

Já decidi que vou enfrentar até as últimas forças o que quer que venha pela frente, mas em todo caso, meu lance escoteiro sempre alerta quis adiantar o expediente. 

Deixo aqui o meu "epílogo" como uma singela homenagem ao Janjones e que possa servir como roteiro funerário prático aos que ficarem. 

1. No velório não quero flores. Gostaria que passassem meu perfume azul e me cobrissem com um cobertorzinho. Ah, e que me vestissem com a camisa tricolor (a furada no sovaco, obviamente).

2. Quero que me cremem e me joguem no mar. Pode ser qualquer praia do Atlântico. Mais do que nunca "da água eu vim, na água vivi e pra água quero voltar".

3. Na descida do caixão queria ouvir "Goodbye" do Air Supply e no mar pode ser "Tears of the dragon" do Bruce Dickinson.

Se no futuro alguém encontrar meus inúmeros cadernos de frases e citações vai saber que eu parti, mas vivi intensamente e morri sem saber colocar em palavras a imensidão que carreguei na alma e por isso usei tanto as frases dos outros. Na grandeza do mar, do céu ou do inferno acho que terei mais espaço. Espero!


P.S. O dia 19 de junho nunca mais foi o mesmo depois da partida ele.  

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