UM MARINHEIRO SEM ALMA VIVE PARA ENCONTRAR A SUA CASA PERDIDA NA IMENSIDÃO DO MAR

Sabe esse texto que eu escrevi no começo do ano falando sobre a paz embaixo d'água?

Pois então... quando eu estava em pleno sossego aquático chegou a notícia que a piscina seria fechada para reforma. Achei que seria coisa rápida, mas tive que esperar 5 meses pra retornar.

E se eu já tinha a sensação de ficar em alfa num estado de autismo total imagina quando eu vi o seguinte cenário para minha aula de natação:

Toda a sala pintada de preto, breu quase total, luzes calmantes embaixo d'água e um enorme telão de cinema com cenas do fundo do mar...

Se eu não estivesse numa fase tão baleia, seria a própria sereia...

Mano, tô em êxtase. A merda é que só consegui me organizar pra nadar na hora do almoço. E pra sair da concha e ir pro mundo real? Não sei se acostumarei com o choque de realidade, mas essa semana foi fodisticamente foda...

ORGANIZAÇÃO É UMA TAREFA FADADA AO FRACASSO

Trabalhando tanto tempo em espaço público acho que fiquei meio nóia com organização coletiva.


Quando me deparei com os alunos brincando de forma tão sistemática, pensei que estivesse exagerando a dose...

Mas logo me caiu no colo essa pérola de criatividade...

E eu vi que cabe um pouco de tudo!

FIZ ESTA CARTA MAIS LONGA PORQUE NÃO TIVE TEMPO DE FAZÊ-LA CURTA

Quarta-feira passada peguei a Folha de São Paulo pra dar uma passada d'olhos rapidim na hora do almoço e qual foi minha "grata" surpresa ao ler na manchete MEC QUER ALUNO MAIS TEMPO NA SALA DE AULA.

Apareceram então 3 propostas:

• aumentar de 200 para 220 dias letivos
• aumentar o número de horas na escola com ensino integral
• combo - mais dias letivos e mais horas na escola

Fiquei chocada, mas sei que nada disso é novidade e que provavelmente ficarão com a opção número 3.

O problema foi quando continuei lendo a parte interna do caderno na qual o senhor Hélio Schwartsman desqualificou geral os professores da escola pública nacional. Minha indigestão veio mesmo no último parágrafo: "A proposta de Haddad de ampliar a carga horária faz sentido. Mas faria ainda mais se fosse acompanhada de medidas com vistas a utilizar melhor o tempo de que o professor já dispõe e desperdiça."

Gente, na minha opinião essa fala é, no mínimo, contraditória. Se o sujeito (que nunca deve ter pisado numa escola pública nem como aluno, nem como pai e muito menos como jornalista) diz que desperdiçamos o tempo, não seria o caso de REDUZI-LO?

Se ficar na escola não está dando resultado satisfatório nas provinhas do governo, preciso repensar a ideia de uma bolsa pras mães ficarem com os filhos em casa um tempo maior (devia ter votado na Marina! http://twitpic.com/2th8pw kkkkkkkkkk)

Bom, de duas uma: ou eu perco tempo na minha profissão ou perdi 10 preciosos minutos do meu almoço lendo essa tragédia de reportagem.

OS MENINOS NUNCA DEVERIAM DORMIR, SEMPRE ACORDAM UM DIA MAIS VELHOS

Hoje é aniversário do meu Japito. Trinta anos de histórias e gosto de pensar que algumas pude acompanhar bem de perto nesses últimos anos.

Os beijos e os 30 presentes entregarei pessoalmente logo mais, mas nada do que farei será mais relevante do que o que vou desejar por aqui só para vê-lo contente.

Nesse mundo virtual, onde ele é uma entidade chamada "Samurai da Fiel", ficarão registradas as duas únicas coisas que o fariam realmente feliz, mas são as que não dependem de mim:

1. O fim da escola de técnicos gaúchos.

2. O fim do modorrento campeonato brasileiro de pontos corridos.

RESPONSABILIZE-SE PELO QUE É

Me organizei toscamente como sempre para mais um jogo do São Paulo, mas por um erro de logística, demorei demais pra comprar o ingresso e fui parar num setor xis do Morumbi. Participo com a mesma roeção de unhas e dor no estômago em cada partida e ontem não seria diferente por ser jogo histórico; fui pro jogo de todo dia com o bônus (odeio essa palavra!) de ver a milésima partida do Rogério pelo tricolor.

Porém, por estar no setor higiênico, me senti uma onça presa na jaula onde policiais vinham com truculência pra cima de quem assistia o jogo em pé e o tiozinho varria as bitucas assim que jogávamos no cantinho. Porra, parecia mais shopping do que estádio. Deixa pra lá... foi só um registro pra eu lembrar de não vacilar mais na hora de garantir a entrada.

Uma alegria ver o estádio cheio novamente. Fiquei bem pensando como os torcedores podiam fazer isso sempre, mas os dirigentes podiam facilitar também, não zoando essas merdas de setores e nem abusar no valor dos ingressos.

Nem de longe foi o melhor jogo do tricolor, mas fizemos algumas marcas importantes praqueles que gostam de números: conquistamos o mérito do gol mais rápido, maior renda, maior público nessa temporada, vencemos em casa e ainda terminamos o dia como líderes.

Tudo isso serviu para alegrar ainda mais a festa do "carçudo", como diria minha véia vó. Sabe o que gostei mais? Ele não fez e ainda levou gol. Isso prova a fragilidade de sua humanidade.

Não gosto de chamar o Rogério de MITO. Quando fazemos isso esquecemos todos os erros que alguém já cometeu e eu não caio nessa. Fico bem traumatizada com as cagadas cometidas. Prefiro sim chamá-lo de CAPITÃO. Esse título sim o caracteriza bem, ele é o cara que faz o time atuar.

Quando Ceni está disperso, o time afunda junto, contudo, se ele vai confiante, pula feito gato, se estica como homem borracha, faz gol e ainda tem sorte aí ninguém segura.

Muito legal no "dia do grito" ser mais uma tricolor berrando pro mundo inteiro: PUTAQUEUPARIU É O MELHOR GOLEIRO DO BRASIL.... ROGÉRIO!!!

Valeu Japito por mais uma carona; valeu Sil por mais uma companhia: Finho e Fofis, vcs fizeram falta na festa.

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E ainda falando em futebol, ontem também teve jogo lá na Portelinha (Parque Novo Mundo) e parece que foi tão animada a disputa entre Marconi e outro time que acabou em tiroteio com a polícia devidamente televisionado e tudo mais. Parece que morreram 4 pessoas, mas as famílias dos meus alunos estão bem apesar do puta susto.