evão do caminhão

nos momentos cruciais... estacione seus neurônios e acelere seus hormônios

sexta-feira, outubro 29, 2010

É UM TRAÇO RUDE E TORCIDO, MAS NENHUMA PINCELADA É INÚTIL

Antes que termine o mês dos professores preciso citar a revista que recebemos 'gratuitamente' pela prefeitura: Nova Escola.

O título da capa era "O professor do futuro é você" e apresentava 6 tópicos necessários para ser um bom professor no século XXI. Deduzi que sou uma péssima profissional.

Acompanhem:

1. "O mestrado é o caminho natural"

Sempre achei esse papo de mestrado/doutorado uma balela. Como estudei pedagogia em universidade pública, considerei mais necessário voltar pra escola pública pra dar aula, não ficar numa salinha inventando teorias não-aplicáveis.

Até hoje ligam amigas mestras e doutoras se achando muito melhores do que eu. Digo que elas jamais vão sentir a emoção de ouvir a primeira leitura de um ranhento que eu sinto muitas vezes. E certamente minhas ações não são baseadas nos livros escritos por graaaaaaaaandes pesquisadores. São pessoas do dia-a-dia que me ensinaram como fazer e como não fazer.

2. "Um recurso a favor dos conteúdos"

Como usar as novas tecnologias em sala de aula se na escola há 8 computadores ligados em rede e eu tenho 34 alunos? Celular é proibido!

Ah, sempre é bom lembrar que ainda usamos MIMEÓGRAFO!

3. "Um jeito de ensinar cada disciplina"

Atualizar-se nas novas didáticas seria interessante. Cursos presenciais são cada vez mais raros na rede pública. As vídeo conferências é que estão na moda. Seria legal apenas se tudo funcionasse.

O último curso que tentei me inscrever foi justamente sobre o uso das novas tecnologias, como cita a revista ser importante no item 2, mas sequer o link abriu no site da secretaria da educação, que dirá o curso propriamente dito.

4. "Na troca de ideia, todos ganham"

Quá! Ninguém nunca entrou numa sala dos professores?

A imagem mais legal de quando professores se juntam foi descrita assim:

"Caralho, quando vamos buscar os alunos no pátio todas juntas me sinto dentro do filme MONSTROS S.A. na parte que eles saem da fábrica para assustar as criancinhas" . Perfeito.

5. "Observar para reorientar o trabalho"

Na última visita do pessoal da diretoria de ensino recebemos a notícia que "o trabalho dos profissionais dessa escola está desqualificado". Não sabemos mais avaliar. Muito orgulho. Avaliar do jeito que o estado quer? Não, muito obrigada.

6. "Todos os alunos podem aprender"

Esse talvez seja o único ponto positivo pró-evinha. Não se levarmos em conta o que diz a reportagem, mas eu acredito sim que todos aprendem. Não disse O QUE APRENDEM!

Por exemplo, provavelmente não conseguirei alfabetizar todo mundo, mas garanto que TODOS aprenderam a importância do futebol, TODOS aprenderam a amar histórias e livros, TODOS aprenderam a necessidade de respeitar o grupo e TODOS aprenderam que pessoas carecas geram aflição na eleição.


aperte o 13 e confirme!

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quarta-feira, outubro 27, 2010

FIRMEI PACTO DE SANGUE: SEMPRE AVISAR QUEM ESTÁ COM OS DENTES SUJOS

Ganhei o livro "Mulher perdigueira" depois de ver uma entrevista com o Fabrício Carpinejar na TV. Não conhecia o autor, mas me agradou a ideia dele defender as mulheres ciumentas. Comecei animada a leitura, mas tô empacada já tem uns 4 meses e isso é uma eternidade considerando a finura no livro. Talvez seja porque coloquei outros 2 como prioridade ou porque o livro é meio chatinho mesmo.

Bom, apesar dos textos não serem tão atraentes, há um sem número de citações divertidas pra alguém que ama 'frases de efeito' no estilo parachoque de caminhão (aaaaaloooooooooou), portanto elas aparecerão aqui vez ou outra.

Na verdade observei uma cena no almoço de sábado e ele fez uma interessante descrição sobre o jeito dos casais sentarem à mesa que adaptarei (ao meu interesse, claro!).

Estava batendo a maior feijuca com o japa num pico bem legal chamado Fazendinha. Tudo bem que feijoada não é o melhor prato prum momento romântico, graças aos feijões nos dentes e pior... os gases. Mas tudo bem, combina perfeitamente com cerveja que é o que importa.

Junte a isso um dia chuvoso e uma mesa ao ar livre; clima familiar, ou seja, muitas crianças correndo em volta da sua mesa (grrrrrrrrr); e um véio bêbado fazendo cocô de portas abertas na único banheiro feminino depois que você está pingando porque esperou até o último segundo pra fazer xixi.

Enquanto curtia os sabores observava um casal abraçadinho, porém mudo. Duas coisas me passaram na cabeça: 1. tenho pavor de um dia terminar em silêncio à mesa e 2. como é o 'jeito certo' de sentar com o namorado?

Eu sempre gostei de sentar de frente, não sei se de lado dá dor no pescoço, ou se não escuto porque preciso fazer leitura labial, ou simplesmente porque gosto de olhar nos olhos, mas ao mesmo tempo também sempre considerei uma falta de romantismo da minha parte deixar a distância da mesa entre o amado.

Aí entra o Carpinejar pra me absolver:

"Os que ladeiam a montaria das cadeiras não infundem paixão. São mais amigos do que amantes. Quase irmãos: mudos, telepáticos. Repartem igual perspectiva da paisagem. Não há concentração no rosto da companhia.

Me incomoda a falta de provocação frontal, do desafio dos gestos, dos avanços das pernas debaixo da toalha. "Retratam o casaço no ônibus de passageiros voltando do trabalho."

Bom, por enquanto, japa e eu estamos indo bem já que até banho de cerveja levei porque o italiano se empolgou com as mãos no meio da conversa.

Quero sim continuar quebrando copos, sujando mais o lado da mesa, desarrumando a toalha. "Quero empurrar o mal-estar e os arranjos para não perder a permanente perseguição das pupilas".

"Por um instante, breve e memorável instante, a mesa conhece a vastidão da cama."

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segunda-feira, outubro 25, 2010

A BARRIGA PRECISA, O CORAÇÃO DESEJA. AÍ ESTÁ A DIFERENÇA.

Ao adquirir mais experiência vamos nos tornando modelo para certas pessoas, mas há sempre os nossos ídolos, que enquanto existirmos, serão deles as pegadas que seguiremos.

Então vai a lista de DVDs do Al Pacino pra completar minha coleção:

  1. Fogo contra fogo
  2. Frankie e Johnny
  3. Um domingo qualquer
  4. Angels in America
  5. O articulador
  6. O mercador de Veneza
  7. Tudo por dinheiro
  8. O sucesso a qualquer preço
  9. Contato de risco
  10. As duas faces da lei

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terça-feira, outubro 19, 2010

RELÓGIO QUE ATRASA NÃO ADIANTA

Bem, amigos...

Agora falta exatamente 1 mês pro aniversário da Evinha.

Nunca liguei para o bolo.

Hoje em dia não ligo para grandes festas badaladas, superpolulação de amigos, mas AINDA ADORO a parte dos PRESENTES.

Sempre sou a favor da criatividade de vocês, mas caso essa falhe, passem aqui para ver as futuras listas... kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

PARTE 1 - PULSEIRAS DE RELÓGIO



Virginianos, não morram com a disposição dos risquinhos... hahahahaahaha!

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sexta-feira, outubro 15, 2010

"EU NÃO ESTOU A FIM DE OUVIR IDIOTICES" "MAS EU SIM, O QUE A SENHORA DIZIA?"

O Japa sempre me 'zua' quando eu conto as pérolas dos alunos comparando com algum episódio do Chaves.

Pois bem, não é q é verdade?

Já passei por vários momentos nesses meus 18 anos de profissão e todos eles já apareceram aqui nesse bloguinho; já fiz textos idealistas, textos fanfarrões, textos desesperados...

Hoje gostaria de exaltar o lado POLIGLOTA dos mestres. Já pararam pra pensar nisso?

  • Precisamos falar a língua dos bebês quando damos aula em creche;
  • Aprendemos dialeto de outros estados (ex. lapiseira aqui tem grafite, lapiseira no 'norte' aponta lápis);
  • Desenvolvemos até o poder de hablar em outras línguas como 'bolivianês', chinês e até iraniano (a professora outro dia foi consolar a aluna que estava chorando: 'calma, vc já volta pra Bolívia' e a guria chorava mais ainda: 'eu sou do Peru, não da Bolívia!" - kkkkkkkkkkkkk);
  • Conseguimos ler no difícil idioma do Diário Oficial;
  • Conseguimos ler também em linguagem egípcia no caderno dos alunos;

O que me deixa triste mesmo é que nos esforçamos e entendemos todo mundo, só a NOSSA LÍNGUA é incompreensível.

  • O governo não entende;
  • Os pais não entendem;
  • Os alunos não têm a MÍNIMA ideia do que estamos falando;
Então vamos continuar com a milenar técnica de falar BALEIÊS... assim dá tempo dos cérebros processarem o que estamos realmente querendo dizer;

FEEEEEEEEEEEELIIIIIIIIIIIIIIIZZZZZZZZZZ DDDDDDDDDDIIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAA DDDDDDDDDDDDOOOOOOOOOOOOOOSSSSSSSSS
PPPRROOOOOOFFFFFEEEEEEEESSSSOOOOOOORREEEEEESSSSS

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sexta-feira, outubro 08, 2010

VOCÊ FAZ OS MINUTOS PARECEREM HORAS

E o show do Bon Jovi tem efeito Pikachu na minha cabeça. Tá ligado quando o povo tinha convulsão quando ia ao cinema? Então, comigo é parecido.

Não sei o que tem na bagaça... se são os belos olhos azuis-esverdeados, a bela peruca cabeluda, as belas canções, a bela voz...

Só sei que nos 2 shows que fui fiquei com uma enxaqueca de derrubar geral.

Mas tudo bem... sempre acontece depois que acaba o show, então tá valendo. Mais um incrível espetáculo pra coleção!

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sábado, outubro 02, 2010

TRÊS CORES VIBRANDO, PULSANDO DENTRO DO MEU CORAÇÃO

No aniversário de 50 anos do Morumbi eu queria mesmo era ir ao estádio, acompanhar um belíssimo jogo, em um horário decente e com excelente companhia.

Mas o time tá tosco, vai jogar às 21:00 e láaaaaaaaaaaaaa longe. Então como forma de homenagear o aniversariante fui ao cinema assistir SOBERANO. Não é um primor de filme, porém me emocionei um bocado, sentindo um saudosismo por coisas que não presenciei in loco, mas senti falta da antiga luta tricolor. A força dos jogadores que apereceram na telona não passaram nem perto do time que 'não entrou em campo' sábado passado no Morumbi.




No filme, os depoimentos mais emocionantes mostram torcedores tricolores desde o berço. O próprio filme é oferecido "aos pais" dos cineastas.

Eu não nasci são paulina. Eu ESCOLHI ser tricolor. Pai corintiano, mãe palmeirense. Incontáveis vezes escrevi aqui que nunca recebi incentivo futebolístico na família quando era pequena. Não das antigas gerações ao menos. Aqui as coisas funcionaram invertidas.

Virei são paulina por influência de um primo que eu venerava e era tricolor pq seu pai português era um 'pó de arroz' fanático. E muito por causa do irmão caçulinha que era o que mais agitava todo mundo pra ir ao estádio.

E hoje fui na primeira sessão do cinema e só havia 4 pessoas. Um pai levando o filho e eu levando a mãe. Kkkkkkkkkkkk sim, eu disse que aqui era ao contrário, os filhos ficaram tão alucinados por futebol que a mãe não resistiu e virou bandeirinha. Eu e o cara choramos pencas e a falta de pessoas foi ótima porque consegui ficar em pé algumas vezes, pois apesar de saber o resultado ainda torci em certas jogadas, e obviamente isso não dá pra fazer sentada. Hahahahhahahaaha

Mas eu realmente tenho memória zero. Não guardo nome e fisionomia de jogadores, não lembro datas, lugares, e muito menos placares. Tudo bem, isso é conhecimento factual, é só jogar no google. O que carrego comigo são dedos das mãos sem a ponta perfeita de tão roídos, gastrite nervosa frequente, músicas e gritos gravados nos tímpanos e incontáveis lágrimas derramadas nessa curta existência em preto, vermelho e branco.

Ir ao Morumbi sempre foi uma batalha. Distância, parar o carro, atravessar a Saad à pé, juntar os trutas, comprar ingresso... mas sempre momentos incríveis. Fico tão hipnotizada que já fui até assaltada... maluco conseguiu tirar coisa de dentro da bolsa em baixo da blusa, mas eu gritava tanto o gol que nem percebi (ladrão honesto, só pegou a grana do bonga e devolveu os documentos).

Agora vamos à algumas lembranças morumbescas:

  • jogos com a família toda
  • jogos sozinha fazendo 'conhecidências' com outros tantos tricolores sozinhos na multidão
  • jogos com um truta tricolor... gaúcho, mas que tinha cadeira cativa e facilitava minha idas de última hora
  • jogos com o irmão pequenim que sempre reacendem minha alegria em torcer
  • jogos com Fofis e Sil... orgulho quando a sil quis comemorar o aniversário no estádio!
  • jogos com o japa e valiosas caronas
  • amigos chilenos que levo até hoje (um salve para La U de Chile!)
  • pênaltis que nunca vi
  • a derrota na libertadores que o palhinha perdeu e toda a multidão saiu de cabeça baixa
...

Enfim, quero mesmo de volta jogadores não mercenários, que honrem o escudo são paulino, técnicos que sintam o orgulho tricolor pulsando nas veias e batam no braço levantando a massa novamente.

Vamo São Paulo, bora celebrar o aniversário com uma vitória, ainda que longe de casa!

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